Confesso que relutei muito para responder essa pergunta. Pq minhas opiniões nem sempre condizem com o que a maioria das pessoas pensam, ou não! Pois bem, antes de eu iniciar essa minha longa, porém, despretensiosa argumentação, advirto que é indispensável que eu e vc que esta lendo coloque de lado (pelo menos um pouquinho) a hipocrisia, depois, se for o caso, podemos voltar a ostentá-la!
Felizmente, ou não, não somos seres singulares. Podemos ser divididos em duas partes, uma subjetiva, intuitiva, abstrata, essencialmente energética. E outra parte, mais pratica, objetiva, concreta, cética...essencialmente material, portanto. É bastante comum que aqueles que se auto-intitulam defensores do que seja politicamente correto, julguem tudo que seja material como sendo prejudicial, nocivo, ruinoso e até perigoso. Fazendo parecer que o desvínculo aos apelos matériais seja totalmente possível. Quando todos sabemos que não é bem assim.
Deixo claro que não quero de forma alguma fazer apologia ao materialismo. Até pq não acredito que valores como cobiça, cupidez e a avareza sejam justificáveis! O que quero realmente dizer é que não é possivel nos desligarmos daquilo que é imprescindível a nossa vida e que, invariavelmente, seja vinculado à matéria. Ou alguém consegue viver sem comer, beber, vestir...sem cumprir o que seja básico no resguardo da própria vida? Lógico que existem inúmeras histórias daqueles que optaram pela completa abstinência às coisas materiais, mas certamente tiveram que viver à custa da caridade alheia.
No caso proposto pela pergunta, porém, devo refletir sobre até que ponto uma pessoa pode chegar para obter vantagens materiais e sob quais desculpas. Pensando no fator necessidade, mas necessidade real. Acho até que quase tudo seria aceitável, no fim os fins justificariam os meios. Entretanto, existe um limite ético e principalmente moral que apesar de ter seu nível oscilante de pessoa por pessoas, acaba por reduzir tal atitude. Não é incomum nos depararmos com pessoas que forjam terem problemas de saúde para receberem gratificações e mesmo dinheiro, sem ter de trabalhar. Outras tantas se submetem á relações conjugais tomando como parâmetro definidor de escolha a capacidade econômica e financeira do parceiro em potencial. Em todos esses casos, me refiro a pessoas 'comuns' como eu ou vc, com vidas triviais, com defeitos ou virtudes pertinente a qualquer um de nós. A distinção básica é que a consciência dessas pessoas, entende que é perfeitamente normal e natural que a garantia de suas necessidades e desejos ligados ao material sejam adquiridos sem um mínimo de decência e honestidade. Não julgo a nínguém afinal nunca tive meus limites testados, nunca meus princípios foram postos em cheque. Admito que não consigo mensurar com firmeza até onde eu chegaria se realmente precisasse (...ou julgasse precisar!). Concluindo, creio que diante a determinadas situações que podem ou não serem extremas, não todos, mas a maioria de nós acabam sim tendo um preço. O limiar entre ter ou não um preço está dentro de cada um de nós, e lógicamente não cabe a mim desvendá-los.